terça-feira, outubro 18

“Mas respeito aos artistas baianos”

A frase acima é título de um vômito agressivo proferido pelo diretor teatral baiano Luiz Marfuz, em edição de A Tarde da última sexta-feira (14). Nervoso, transtornado, alucinado, com o ego profundamente abalado, teceu ele uma extensa crítica a Felipe Assis, porta-voz da curadoria do Festival Internacional de Artes Cênicas – Fiac.

O diretor manifestou profunda indignação pelo fato de seu espetáculo, ‘As Velhas’, não ter sido selecionado para integrar o referido festival. Colocou em dúvida a idoneidade da linha editorial dos curadores (que, segundo Felipe, pretendeu escolher obras cênicas que questionassem o lugar do espectador), e afirmou, que na verdade, tal celeuma evidencia a necessidade urgente de se questionar não ‘o lugar do espectador’, mas, sim, ‘o lugar do curador’.

Muito me surpreendeu este esboço de revolta engajada de Luiz Marfuz. Não que eu já não soubesse que movido por interesses individuais ele bem que pode ser truculento. Ou que, se sentindo preterido ele pudesse fazer uma zoada do ‘cão’. Agora, esperar que as pessoas acreditem na veracidade desta sua nova faceta de defensor eleito das causas coletivas do teatro da Bahia, ah faça-me o favor, cara-de-pau. Logo, você, professor, um dos individualistas mais nocivos e deletérios desta terra sem rumo.

Não sou um observador assíduo da breve história do FIAC, embora quando ainda morava integralmente na Bahia, costumava brincar com amigos da área - que tomara Deus não fosse mais um ‘Fiasco’. Contudo, eu vi essa peça assinada por Marfuz, que ele tanto teima em defender a qualidade, a genialidade, a qualidade, e um milhão de outras coisas mais...

Neste blog, incluso, há uma crítica de ‘As Velhas’, as velhas maneiras de um artista cansado e atônito teimar em querer enganar o público. Um negócio vergonhoso a que não merece receber o nome de ‘espetáculo’. Folgo em saber que os curadores não o relacionaram entre as atrações baianas, nos envergonharia, certamente.

Na verdade, a revolta de Marfuz mostra a fúria de um adulto que já deveria ter a aprendido a moderar os seus ímpetos. Qual uma criança birrenta, sempre acostumada a ganhar os melhores brinquedos, e sem nunca merecê-los de fato, Marfuz, que sempre teve tudo quanto é espetáculo seu relacionado para tudo quanto é festival, e sempre foi curador de tudo quanto é panorama de teatro no norte nordeste, (pasmem! Essas incongruências mesquinhas acontecem a esmo), agora o pseudo-coletivista arreganha as garras em direção de Felipe Assis e dos curadores. Mas é só o começo, ou ele aprende que o público não aceita mais os seus monstrengos capengas, ou sua máscara de divindade será seriamente comprometida... Peças de Marfuz eu tenho aconselhado para masoquistas...

Sim! Os artistas baianos merecem mais respeito. Mas, sim! Os espectadores baianos merecem em igual medida. E quem quer respeito, tem que se dar ao respeito. Como podem pleitear respeito - guardadas as honrosas exceções de praxe dos verdadeiros artistas – um imenso número de sujeitos sem brilho, sem criatividade, sem talento, medíocres e invejosos.

E sim, Marfuz: Seu “espetáculo” é sem qualidade, seus atores são ruins, e mal dirigidos, o tema sertanejo da forma que você o tratou é anacrônico, sim; sua direção é medíocre, e você, tem menosprezado o público, também tem se tornado um diretor medíocre. Aliás, bem na linha daqueles que você tem ajudado a formar.

Vá chorar no pé do caboclo, rapaz.
Hedre Lavnzk Couto

Um comentário:

  1. Hedre, tudo bem contigo? Terei enorme prazer em conversar contigo, tomando um café ou uma água de côco... Segue meu endereço virtual: henriquepwagner@hotmail.com
    Abç.
    H.

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