sexta-feira, junho 29

O TEATRO DE GARCIA LORCA, SEGUNDO PERNAMBUCO


Já nas duas noites seguintes ao feriado do 2 de julho, os soteropolitanos poderão conferir o premiado espetáculo pernambucano ‘Um Rito de Mães, Rosas e Sangue’. Salvador será o ponto de partida da turnê nacional da encenação, que surgiu como pretexto para homenagear os 75 anos de desaparecimento do dramaturgo Frederico Garcia Lorca.

‘Bodas de Sangue’, ‘A Casa de Bernarda Alba’ e ‘Yerma’, são as obras tomadas de empréstimo pelo diretor Claudio Lira, que construiu uma ousada adaptação cênica, partindo da fusão das consideradas três tragédias rurais do aclamado poeta espanhol.

Com uma proposta estética ritualística, a peça desenvolve-se ao longo de três quadros, metaforicamente ambientados em tempo e espaço distantes. “A pintura do desejo de se investigar a arrebatadora vastidão da morte”, nas palavras do próprio Lorca; tal poderá ser a impressão do espectador ao se deparar com a narrativa de 'Um Rito de Mães, Rosas e Sangue', que promete esmero em descortinar personagens num constante jogo de imposições de memórias, desejos, fantasmas, infortúnios, maldições e claustrofobia.

Num primeiro olhar, o que mais cativa no espetáculo é a plástica. O que sugere atenção especial à cenografia de Sandra Rino, à iluminação de Luciana Raposo, e o figurino de Luciano Pontes.

Os textos de Garcia Lorca são fortes, consistentes. O teatro de Pernambuco tem tradição. Tradição por fazer teatro com ‘teatralidade’, o que, em verdade, é o único tipo de teatro que ainda guarda algum sentido nos dias de hoje. Além disso, em tempos de pobreza cênica tão aguda, pode ser muito interessante ver um elenco com dez atores em cena.
fotos: Tuca Siqueira

Onde: Teatro do Movimento - UFBA
Endereço: Av Adhemar de Barros,S/N - Campus de Ondina - Salvador
Contato: danca@ufba.br Telefone: 55 (71) 3245.6412
Quando: dias 03 e 04 de julho – Terça e Quarta às 20h
Quanto: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Recomendação: 16 anos
Lotação: 120 Lugares


Hedre Lavnzk Couto



sexta-feira, junho 8

"VAMOS, PENELOPE, DEIXEMOS PRA LÁ ESSA DROGA DE POLITICAMENTE CORRETO!"

Roma Polanski, com o seu filme 'Deus da Carnificina', aplica um contundente soco no estomago desta verdadeira pandemia cultivada por bilhões de idiotas em todo o mundo - o politicamente correto. Se alguém já disse que, entre nós do Brasil, os imbecis perderam a timidez e agora aparecem senhores dos maiores cargos públicos ou privados, essa peça teatral de Yasmina Reza, agora na telas do cinema, é um delicioso tratado, cinematográfico, de que a inteligência ainda pode resgatar-se dos grilhões dessa nossa época dominada pelos estúpidos crônicos.

O forte do filme são os fascinantes diálogos, impecavelmente esculpidos pela atuação dos quatro atores Kate Winslet; Cristoph Waltz; Jodie Foster e john Reilly. Nestes tempos onde não se encontra teatro bom em Salvador nem pra remédio, ir ao cinema e constatar essa empolgante obra, de 80 minutos, originada de um bom texto teatral, é reconfortante.

Corram aos cinemas! E salvem-se.